“O Comboio do Amor”, texto da mostra de vídeo O que o futuro foi_Carlos Caires, Espaço Campanhã, Porto.

O Comboio do Amor

Carlos Sena Caires tem vindo a trabalhar activamente em instalações vídeo interactivas. Em algumas das suas obras (Muriel, 2008; Carrossel, 2006/07) tem desenvolvido uma estratégia apropriacionista onde utiliza e recontextualiza fragmentos de filmes de culto. Nesta mostra de vídeo, Carlos Sena Caires, apresenta o trabalho O Comboio do Amor uma instalação vídeo interactiva, em que se apropria de uma cena comum a vários filmes (a de um beijo num comboio) para recriar um cenário de encontro amoroso. Para que a peça se concretize, ou seja, para que esse encontro se realize, o espectador terá de intervir accionando o mecanismo que fará a imagem mover-se. Caires atribui, desta forma, o poder de decidir se esse encontro se realiza ou não ao espectador . É também este que poderá decidir o tempo de duração da peça – mais curto, se o dispositivo for accionado energicamente, mais longo (ou até suspenso), caso o espectador opte por accionar mais lentamente o mecanismo.

Março de 2010