Poseidon's Wave of Mutilation
Fabrizio Matos

Sala 117, Porto
3 de maio a 21 de junho de 2019

CONVITE DA EXPOSIÇÃO

PRESS RELEASE

Na exposição Poseidon’s Wave of Mutilation Fabrizio Matos usa o desenho e a escultura como ferramentas operativas da sua pesquisa artística. Neste projeto, o artista aborda conceitos sobre os quais tem vindo a refletir, essencialmente, nos últimos dez anos do seu percurso: a memória e a nostalgia, o mistério e o velado, a camuflagem, o cataclismo e a ruína, o abandono e a degradação.

Nascido em Portugal, em 1975, Fabrizio Matos é filho de pai italiano, passando, por esse motivo, longos e regulares períodos em Itália. As estadias nesse país e o contacto com o seu imenso Património não poderiam deixar de influenciar o seu trabalho.
A evocação da Cultura Clássica é evidente nos trabalhos que apresenta neste projeto. Fabrizio Matos não cai, no entanto, num facilitismo de nos apresentar um registo mimético da Arte Clássica. O que foi procurado foi o encontro dos seus pressupostos artísticos com essa fonte de inspiração temática.
Assim, o artista constrói a exposição a partir das suas memórias da Arte Clássica fixadas num elenco variado de experiências e sensações: a visualização das obras na penumbra (é na sombra e na penumbra que o mistério se adensa); o recurso ao preto e branco (que reforça a ideia de nostalgia); a sua consciência de pertença (a uma determinada região de Itália).

Os desenhos (de grandes dimensões) que apresenta neste projeto convidam a uma descoberta lenta: a saturação do carvão (negro) sobre o papel torna difícil perceber de forma imediata os limites dos desenhos, que apresentados com pouca luz exigem do nosso olhar um período de habituação à penumbra.
As pequenas esculturas em plasticina preta são claramente inspiradas na escultura greco-romana, que o autor viu em vários museus de arqueologia de Itália. Imagens icónicas como as de Poseidon ou as de atletas (corredores) em movimento completam esta evocação à Cultura Clássica.

Fabrizio Matos apresenta-nos neste projeto um universo que se situa entre o passado e o presente onde a tensão entre o questionamento do que foi e a afirmação do que é constitui a razão concreta e operativa para projetar o que será.

VISTAS DA EXPOSIÇÃO
Fotografia: Filipe Braga
Cortesia: Sala 117