Carlos Carreiro_Uma Retrospetiva
Carlos Carreiro
Centro Municipal de Cultura de Ponta Delgada, S. Miguel, Açores
17 de outubro a 31 de dezembro de 2019
CONVITE DA EXPOSIÇÃO
SINOPSE
A exposição Carlos Carreiro_Uma Retrospetiva apresenta uma seleção de obras do autor realizadas no período compreendido entre 1967 e 2019.
Constituída maioritariamente por pintura, a exposição inclui também uma seleção de desenhos (maioritariamente trabalhos preparatórios para algumas das suas mais relevantes pinturas) e colagens.
Nesta exposição privilegiou-se a apresentação de obras que melhor exemplificam a relação do artista com a sua terra natal, os Açores: ou porque aí foram produzidas, ou porque a temática imediatamente nos remete para esse território ou porque integram coleções açorianas.
BIOGRAFIA
Carlos Carreiro nasceu em Ponta Delgada, S. Miguel, Açores, em 1946.
É trisneto do pintor eborense Cândido José Xavier, que chega a S. Miguel para decorar, a fresco, as paredes de casas senhoriais e para realizar cenários no Teatro Micaelense . Cândido José casa-se com uma micaelense e desta união nascem quinze filhos, entre eles Vitória, que viria a casar com António José Raposo, introdutor, no século XIX, da fotografia em S. Miguel. Da união de Vitória e António nascem três filhas, Angelina, Maria da Glória e Emília, que trabalham com o pai no seu estúdio retocando fotografias. Ana Vitória, filha de Angelina e mãe de Carlos Carreiro, aprendeu, nos anos 20/30 do século XX, pintura decorativa tendo-se dedicado ao ensino particular desta prática artística.
É neste contexto que cresce Carlos Carreiro.
Em 1963 vai para Lisboa estudar Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, curso que abandona em 1965 para se matricular, nesse mesmo ano, no curso de Pintura da então Escola Superior de Belas Artes do Porto. Conclui, em 1972, o curso complementar de Pintura com 19 valores, tendo sido professor da Instituição de 1977 a 2003 (Professor Associado com Agregação).
Começou a expor em 1967, em maio, na ESBAP na Exposição Extra-Escolar. Nesse mesmo ano, em junho, participa no Salão Nacional de Arte do SNI, que decorreu no Palácio Foz, em Lisboa, e posteriormente no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto. Pintor compulsivo, estas seriam as primeiras exposições de uma longa carreira expositiva: 74 exposições individuais e mais de 300 coletivas.
Em 1975, juntamente com João Dixo, Albuquerque Mendes, Graça Morais, Pedro Rocha, Jaime Silva, Dario Alves, Fernando Pinto Coelho e Armando de Azevedo, forma o Grupo Puzzle. Com este grupo de intervenção realiza várias exposições individuais e coletivas: Exposição de Lançamento do Grupo Puzzle, Galeria Alvarez, Porto (1975); Grupo Puzzle Joga com o Porto, Galeria Dois, Porto (1975); Levantamento da Arte do Século XX no Porto, Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto (1975); Exposição de Arte Moderna Portuguesa | Salão de Verão, SNBA, Lisboa (1976); Arte Portuguesa Contemporânea, Brasília, S. Paulo e Rio de Janeiro, Brasil (1976).
Em 1978 obtém uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para desenvolver uma pesquisa sobre "O kitsch e o mau gosto em Portugal".
Dedicou-se, no final da década de 80, à criação de imagens gráficas, das quais se destaca a do Festival Acarte 88, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, a da capa do LP “Valsa dos Detectives”, dos GNR, e, ainda o cartaz do concerto “Messias”, de Handel, pela Régie Sinfonia.
Realiza, em 1990, para a Sala do Plenário da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores um políptico e uma tapeçaria.
Em 2003 realiza um painel cerâmico para a nova Central da EDA (Empresa de Eletricidade dos Açores).
Ao longo da sua carreira recebeu vários prémios dos quais destacamos: Menção Honrosa no Prémio Banif de Pintura (2004); Prémio BMW Art Car/Bienal de Cerveira (1997); Prémio Nacional de Pintura da 2ª Bienal de Artes Plásticas da AIP (1996); Prémio de Aquisição da I Exposição de Arte do Banco do Fomento Nacional (1984); Prémio de Presença na exposição O Futuro é já Hoje da Fundação Calouste Gulbenkian (1984); Prémio de Pintura Verbo Postal (1984).
Está representado em inúmeras coleções privadas. Integra também várias coleções institucionais: Fundação Calouste Gulbenkian, Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso, Museu de Serralves, Museu Carlos Machado, Museu de Södertälfe (Suécia), Governo Regional dos Açores, Município de Ponta Delgada, Município do Nordeste, Município de Ribeira Grande, Museu de Angra do Heroísmo, Coleção Norlinda e José Lima, Coleção Millennium BCP, Coleção Novo Banco, Coleção BPI, Fundação Cupertino de Miranda.
Em 2006, no âmbito das Comemorações do 10 de junho, o Presidente da República atribuiu-lhe a condecoração de Grande Oficial da Ordem de Mérito.
Vistas da exposição
Fotografia: Câmara Municipal de Ponta Delgada